A linha entre influência digital e responsabilidade legal talvez nunca tenha sido tão tênue. Desde a convocação de Virginia Fonseca e Rico Melquíades, a CPI das Bets, instaurada pelo Senado, vem sacudindo os bastidores do marketing de influência no Brasil.
Agora, a investigação avança e mais 18 nomes do cenário digital e artístico estão sendo convocados ou convidados a prestar esclarecimentos sobre seu envolvimento com plataformas de apostas on-line, um setor bilionário que passa por forte escrutínio social, jurídico e político.
Se você é criador de conteúdo, este artigo é leitura obrigatória. Entenda quem está na mira da CPI, por quê, e — o mais importante — o que esse movimento representa para sua carreira, sua marca pessoal e sua renda.
O que é a CPI das Bets?
A Comissão Parlamentar de Inquérito das Apostas On-line, apelidada de “CPI das Bets”, foi criada para investigar o impacto das plataformas de apostas esportivas no orçamento das famílias brasileiras, além de possíveis crimes financeiros, como lavagem de dinheiro, publicidade enganosa e exploração da vulnerabilidade do consumidor.
Com a crescente presença dessas plataformas no conteúdo de influenciadores — especialmente no Instagram, TikTok e YouTube — a CPI passou a focar também no papel das personalidades digitais na promoção desses serviços.

Quem está na mira da CPI?
Abaixo, listamos todos os influenciadores já convocados, investigados ou convidados pela CPI, organizados por sua situação no processo.
🎯 Convocados como Investigados
- Gusttavo Lima – Ligado a grandes campanhas publicitárias de casas de apostas.
- Gkay (Gessica Kayane) – Mencionada por promover apostas integradas ao seu conteúdo de moda e lifestyle.
- Tirulipa – Já foi alvo de operação policial; acusado de divulgar plataforma investigada por crimes financeiros.
- Wesley Safadão – Associado a empresas de apostas barradas pelo Ministério da Fazenda.
- Jojo Toddynho – Citada por suposto envolvimento com promoção de jogos online ilegais.
- Jon Vlogs – Dono de casa de apostas e responsável por grande campanha de marketing no setor.
- Pâmela Drudi – Embaixadora de plataforma sob suspeita de envolvimento em esquemas ilícitos.
- Kaká Diniz – Empresário e gestor de influenciadores; peça-chave na investigação sobre a conexão entre agências e plataformas de apostas.
🧾 Convocados como Testemunhas
- Viih Tube – Convocada para explicar estratégias de marketing digital usadas por plataformas.
- Eliezer – Chamado a esclarecer se os influenciadores conhecem as práticas das marcas que promovem.
- Felipe Prior – Contrato teria vínculo com perdas de apostadores, o que levanta sérias questões éticas.
- Solange Bezerra – Mãe de Deolane, já foi presa em operação de combate à lavagem de dinheiro.
- Chefinho (Giliard Vidal) – Filho de Deolane, atuava promovendo apostas online.
- Rodrigo Mussi – Associado a plataformas investigadas por manipulação e publicidade enganosa.
❌ Convocados que não compareceram
- Deolane Bezerra – Obteve habeas corpus no STF e não compareceu ao depoimento.
- Adélia Soares – Advogada de Deolane; também deixou de depor por decisão judicial.
💬 Convidados (sem obrigação legal de comparecer)
- Felipe Neto – Declarou publicamente arrependimento após promover apostas por 10 meses.
- Mayk Santos – Convidado para colaborar com informações sobre o impacto da publicidade de apostas em seu público.
O que isso significa para você, influenciador?
A CPI das Bets é um alerta claro: a era da “publi sem filtro” está com os dias contados. Marcas de alto risco, como apostas, investimentos não regulamentados e criptoativos, exigem postura ética, responsabilidade legal e comunicação transparente.
⚠️ A grande virada de chave:
A CPI está questionando não só o produto divulgado, mas a forma e o contexto da divulgação — e isso muda tudo.
Lições práticas para influenciadores (e agências)
✅ 1. Investigue antes de divulgar
Faça uma checagem de reputação da marca. Está registrada no Brasil? É regulamentada? Tem processo judicial? Essa pesquisa simples pode te livrar de muita dor de cabeça.
✅ 2. Evite promessas enganosas
Termos como “dinheiro fácil” ou “ganhos garantidos” são proibidos e podem caracterizar publicidade enganosa — o que pesa ainda mais se você tem um público jovem.
✅ 3. Peça contrato com cláusulas de proteção
Exija que o contrato detalhe o modelo de remuneração, não vincule seus ganhos a perdas dos usuários e inclua uma cláusula de compliance.
✅ 4. Transparência sempre: sinalize publicidade
Use #publi, #parceria ou outras formas claras de identificação. O CONAR e o Código de Defesa do Consumidor exigem isso — e o público também.
✅ 5. Evite plataformas não regulamentadas
A nova regulamentação brasileira exige sede no Brasil e autorização do Ministério da Fazenda. Trabalhar com empresas fora dessas regras pode te colocar em risco jurídico direto.
Influenciar com responsabilidade é o futuro (e o presente)
O mercado de influência está amadurecendo, e a CPI das Bets é um marco nesse processo. Influenciar não é só vender — é também formar opinião, educar o público e construir credibilidade.
Você pode (e deve) monetizar sua audiência. Mas agora, mais do que nunca, é preciso escolher as marcas certas, os contratos certos e os conteúdos certos. O que está em jogo não é só o seu próximo pagamento — é a sua reputação e longevidade profissional.
Conclusão: Você está preparado para o novo cenário?
O caso da CPI das Bets mostra que influenciadores estão no radar das autoridades, da mídia e da sociedade. Isso não é o fim do marketing de influência — é o começo de uma nova era: mais ética, mais estratégica e mais profissional.
Se você quer crescer, engajar e monetizar de forma sólida, esse é o momento de se posicionar com consciência. A influência responsável é a mais poderosa — e a mais duradoura.
📣 Compartilhe este artigo com outros criadores e agências!
Vamos juntos fortalecer um mercado de influência mais seguro, rentável e respeitado.