Felca sempre foi conhecido por fazer rir. Com vídeos cômicos, críticas sarcásticas e um humor afiado, conquistou mais de 4 milhões de inscritos no YouTube. Mas desta vez, ele não apareceu para entreter.
No último dia 7, ele parou a internet com um vídeo que é tudo menos engraçado — e que já ultrapassou 5 milhões de visualizações em menos de 24 horas.
Intitulado “Adultização”, o vídeo é um alerta brutal e necessário: um mergulho profundo na exploração de crianças nas redes sociais — e no papel silencioso, porém decisivo, que o algoritmo tem desempenhado ao entregar esse conteúdo a pedófilos.
Uma denúncia que não dá para ignorar

Com 50 minutos de investigação, coragem e empatia, Felca reuniu provas reais, entrevistas com especialistas e casos alarmantes envolvendo influenciadores que estão, aos olhos do público, transformando a infância em um espetáculo doentio.
Entre os casos mais revoltantes, está o do influenciador paraibano Hytalo Santos, de 28 anos, que se apresenta como pai de crianças e adolescentes — mas cuja presença constante ao lado de menores foi classificada por Felca como “um verdadeiro circo macabro”.
A adolescente Kamylinha Santos, exposta por Hytalo desde os 12 anos, teve sua conta com mais de 10 milhões de seguidores suspensa. E o próprio Hytalo já está sendo investigado pelo Ministério Público da Paraíba.
Felca não parou por aí.
Ele trouxe à tona também o caso do canal Bel Para Meninas, investigado em 2020 por comportamentos considerados abusivos, e o chocante relato de Caroliny Dreher, adolescente que teve conteúdo íntimo vendido pela própria mãe para uma rede de pedófilos no Telegram.
“É um tema que causa nojo, dor, revolta. Mas precisa ser falado. E precisa ser enfrentado”, afirma Felca no vídeo.
O preço de dizer a verdade
Durante a investigação, Felca seguiu — propositalmente — perfis ligados ao abuso infantil, com o objetivo de comprovar como o algoritmo das redes entrega conteúdo sensível e perigoso com facilidade assustadora.
Mas isso custou caro.
Mesmo explicando o contexto, foi atacado nas redes, acusado injustamente, e precisou mover mais de 200 processos por difamação. Conseguiu, na Justiça, a quebra de sigilo dos acusadores e, num gesto de maturidade e justiça restaurativa, propôs acordo: que cada um doe R$ 250 a instituições que combatem o abuso infantil.
O impacto que chegou até Brasília
A repercussão foi tão grande que chegou ao Congresso. A deputada federal Erika Hilton elogiou publicamente a iniciativa de Felca e entrou em contato com a Polícia Federal para reforçar a gravidade dos perfis denunciados, cobrando ações também das próprias plataformas.

Quem é Felca, afinal?
Por trás do nome artístico está Felipe Bressanim Pereira, 27 anos, nascido em Londrina (PR). Começou sua trajetória em 2012 como streamer e, aos poucos, conquistou a internet com seu humor sarcástico e estilo autêntico.
Ele viralizou em 2023 ao testar a base da influenciadora Virginia Fonseca — um vídeo hilário que ultrapassou 19 milhões de visualizações. Também criticou as chamadas “lives de NPC” e brincou com personagens da cultura pop, como a Wandinha.
Mas agora, com “Adultização”, Felca dá um passo além da fama e do humor. Mostra coragem. Mostra responsabilidade. Mostra que a internet pode e deve ser usada para o bem — mesmo que isso custe caro.
Por que isso importa para você?
Porque milhares de crianças estão sendo exploradas, expostas e moldadas para agradar um público doente — muitas vezes com o consentimento de adultos responsáveis por elas.
Porque o mesmo algoritmo que recomenda vídeos de culinária, comédia ou esportes, também está direcionando conteúdo de menores para criminosos.
Porque a mudança não começa só com leis. Começa com consciência. Com reconhecimento. E com ação.
Assista. Reflita. Compartilhe.
O vídeo “Adultização” não é só um conteúdo de YouTube. É um documento importante sobre uma crise silenciosa que acontece todos os dias nas telas de milhões de brasileiros.
Assista. E mais do que isso: não se cale.