Cristiano Pereira da Silva, famoso por interpretar o personagem Jorge da Borracharia no programa A Praça é Nossa (SBT), foi condenado a 18 anos, 4 meses e 15 dias de prisão em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável. A sentença foi determinada pela 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, na última quinta-feira (25/9).
A vítima, uma menina nascida em 2016, é fruto de um breve relacionamento entre o humorista e a mãe da criança — uma amiga de longa data. Segundo a advogada da família, Aline Rübenich, Cristiano nunca assumiu verdadeiramente a paternidade e não mantinha contato regular com a filha. Ainda assim, por insistência da mãe, houve tentativas de reaproximação.
Foi após uma dessas visitas paternas que a mãe percebeu mudanças inquietantes no comportamento da criança. Desconfiada, ela a levou imediatamente para atendimento médico. A denúncia foi formalizada, exames foram realizados, e o processo por abuso sexual teve início.
Os laudos foram claros. Os sinais estavam ali. A Justiça não hesitou.
Mesmo diante das evidências, a defesa do humorista tentou reverter a guarda da criança, alegando alienação parental. Mas a manobra jurídica não convenceu o tribunal. Em paralelo, a Vara de Família de Porto Alegre determinou convivência assistida com o pai — uma medida de proteção urgente à criança.
A condenação foi embasada nos artigos 217-A e 226 do Código Penal, que tratam de estupro de vulnerável com agravantes.
Até o momento, Cristiano Pereira não se pronunciou. Procurado pelo portal LeoDias, o humorista não retornou os contatos. Já o SBT afirmou não ter sido notificado oficialmente e diz desconhecer a ação.
Quando o silêncio protege o agressor, a verdade precisa ecoar.
Este caso não é isolado. É um alerta brutal sobre a urgência de proteger nossas crianças — e de acreditar em suas vozes. É também um lembrete de que nenhuma fama, sucesso ou personagem televisivo pode apagar o horror de um crime como esse.
Se você suspeita de qualquer forma de abuso, denuncie. Não espere. Não hesite. A omissão custa caro — e, em casos como esse, custa a infância de uma criança.
👉 Disque 100 para denúncias anônimas de violência contra crianças e adolescentes.
👉 Procure o Conselho Tutelar da sua cidade ou a Delegacia da Mulher.
A justiça começa quando alguém decide não se calar.
