O influenciador Thiago dos Reis, conhecido por seu canal no YouTube, Plantão Brasil, é um dos principais nomes da rede governista nas redes sociais. Utilizando desinformação e informações descontextualizadas, ele acumula visualizações e receita, seguindo uma estratégia similar ao “gabinete do ódio” do governo Bolsonaro. Thiago, que nega receber apoio do governo Lula, enfrenta processos judiciais e críticas por sua atuação polêmica.
1. Ascensão de Thiago dos Reis nas Redes Sociais
Thiago dos Reis, aos 36 anos, se tornou uma das vozes mais influentes a favor do governo Lula nas redes sociais. Desde 2017, seu canal Plantão Brasil no YouTube acumulou mais de 1 bilhão de visualizações, um número quase três vezes maior do que o de influenciadores da direita como Kim Paim e Hipócritas. Seu conteúdo, marcado por informações falsas e descontextualizadas, atraiu uma grande audiência, gerando um significativo retorno financeiro.
2. Estratégias de Desinformação e Polêmicas
O conteúdo do Plantão Brasil frequentemente distorce fatos e dissemina desinformação, utilizando uma linguagem agressiva contra adversários políticos. Títulos sensacionalistas e montagens são comuns nos vídeos do canal. Entre as alegações falsas mais notórias estão a acusação de que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teria comprado um sapato de R$ 20 mil com dinheiro público e a teoria conspiratória de que o empresário Luciano Hang teria matado a própria mãe para obter lucro durante a pandemia.
3. Receitas e Monetização
O sucesso de Thiago no YouTube também se reflete em sua renda. A plataforma Social Blade estima que sua receita mensal pode chegar a US$ 110 mil, equivalente a cerca de R$ 550 mil. Além dos ganhos com visualizações, Thiago também solicita contribuições via Pix em seus vídeos. Desde 2017, ele publicou quase 10 mil vídeos no canal principal, totalizando 989 milhões de visualizações até maio de 2023.
4. Envolvimento e Repercussões Políticas
Thiago dos Reis é filiado ao PT desde 2017 e já recebeu apoio de figuras importantes do partido. Em 2020, realizou uma live com Paulo Pimenta, então deputado e atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência. Em junho do mesmo ano, esteve entre os youtubers convidados para uma entrevista com Lula. Mesmo com o crescimento de seu canal, Thiago enfrenta críticas dentro de seu próprio campo ideológico por seu uso frequente de fake news.
5. Comparações com o ‘Gabinete do Ódio’
A atuação de Thiago dos Reis tem sido comparada ao “gabinete do ódio” da gestão Bolsonaro. Este mecanismo consistia na disseminação de ataques contra adversários e imprensa, com influenciadores bolsonaristas lucrando com a remuneração das plataformas digitais. A Procuradoria-Geral da República destacou que esses canais lucravam ao maximizar a retórica de distinção amigo-inimigo, uma estratégia que Thiago também adota em seus vídeos.
6. Problemas Jurídicos e Evasão da Justiça
Thiago dos Reis enfrenta 15 processos por calúnia e difamação movidos por adversários políticos, empresários e servidores públicos. Ele tem driblado a Justiça brasileira, não sendo localizado por oficiais em múltiplos endereços. Entre os processos, destaca-se uma ação movida pelo empresário Luciano Hang, após Thiago afirmar falsamente que ele teria matado a própria mãe. A Justiça expediu um mandado de prisão contra Thiago em 2022 em uma ação de alimentos impetrada por seu pai.
7. Declarações e Defesas
Thiago dos Reis nega receber informações ou dinheiro do governo Lula. Em um vídeo publicado em seu canal, ele afirmou que sua atuação é em defesa da democracia e que não há uma organização estruturada de influenciadores governistas. O influenciador também alegou que reside no México atualmente, para escapar de ameaças de bolsonaristas.
8. Conclusão
Thiago dos Reis exemplifica o poder e a controvérsia que podem surgir com a disseminação de conteúdo politicamente motivado nas redes sociais. Seu sucesso financeiro e de audiência, baseado em desinformação, destaca a importância de estratégias de comunicação eficazes e éticas no ambiente digital. A comparação com o “gabinete do ódio” revela como métodos semelhantes podem ser adaptados por diferentes espectros políticos, ressaltando a necessidade de vigilância contra a desinformação.
Notas Finais: Este artigo baseia-se em informações amplamente divulgadas e relatórios investigativos, incluindo dados de plataformas de monitoramento de métricas como Social Blade. A recusa de comentários por parte do Planalto e do YouTube sobre o caso de Thiago dos Reis destaca a complexidade e as implicações éticas no uso de plataformas digitais para fins políticos.