A marca WePink, criada pela influenciadora Virginia Fonseca, está no centro de uma grande polêmica.
De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), mais de 120 mil consumidores registraram reclamações contra a empresa em menos de dois anos — um número que, segundo as autoridades, pode ultrapassar 300 mil casos reais se considerados aqueles que não formalizaram queixas.
⚠️ O que está em jogo
A investigação conduzida pelo promotor de Justiça Élvio Vicente da Silva revelou graves indícios de propaganda enganosa, descumprimento de prazos, falhas no atendimento e até censura digital — com exclusão sistemática de comentários e críticas negativas nas redes sociais da marca.
Segundo o MP, as famosas “flash sales” (ofertas-relâmpago) promovidas pela empresa criaram um senso artificial de urgência, levando pessoas a comprarem por impulso.
A estratégia, somada à imagem de confiança de uma influenciadora seguida por milhões, teria explorado a vulnerabilidade emocional de seus fãs, segundo o documento.
📊 Os números que chocaram o Ministério Público
- 90 mil reclamações em 2024
- 30 mil só nos primeiros meses de 2025
- Possível impacto sobre até 300 mil consumidores
Entre as principais denúncias, estão:
- Produtos pagos e não entregues — com atrasos que chegam a sete meses;
- Dificuldade ou recusa em reembolsar valores;
- Cosméticos com defeito ou diferentes da descrição;
- Atendimento automatizado e ineficiente, que não soluciona os problemas;
- Remoção de críticas e reclamações nas redes sociais oficiais da marca.
“Diante desse cenário, pedimos a suspensão imediata das lives de vendas até que as pendências sejam resolvidas e a criação de um atendimento humanizado, com respostas obrigatórias em até 24 horas”, afirmou o promotor Élvio da Silva.

⚖️ As medidas pedidas pela Justiça
O Ministério Público solicita que todos os consumidores lesados sejam ressarcidos integralmente.
A ação também pede:
- Multa de R$ 1 mil para cada infração cometida;
- Indenização punitiva e educativa de R$ 5 milhões;
- E compensações individuais, ainda a serem calculadas, para cada pessoa prejudicada.
O advogado da WePink, Felipe de Paula, declarou que a empresa ainda não foi oficialmente citada na ação e, portanto, não teve acesso aos detalhes do processo.
🧾 Histórico de problemas e autuações
O Procon confirmou que a WePink já havia sido autuada anteriormente, inclusive no final de setembro, por não entregar produtos no prazo.
Segundo o órgão, a empresa anunciava promoções nacionais com preços muito baixos em lives de influenciadores, mesmo após milhares de queixas de consumidores insatisfeitos.
Em nota enviada à imprensa, a defesa da WePink afirmou que não recebeu a primeira notificação, mas apresentou defesa após uma segunda comunicação.
A empresa também alegou que os atrasos recorrentes já teriam sido resolvidos.
💬 O que isso significa para o consumidor
O caso WePink se tornou um alerta nacional sobre o poder de influência digital e os riscos de campanhas que misturam pressão emocional, marketing agressivo e promessas não cumpridas.
Milhares de brasileiros esperam agora não apenas o reembolso do que perderam, mas também respeito, transparência e responsabilidade de quem lucra com a confiança do público.